Os gatos morrem no asfalto

Dar ou não dar certo. Anjos ou gatos. A vida solitária e decadente de artistas que não se enquadram nos parâmetros da arte apreciada pela sociedade “anti-musical, retrógrada e ultrajada pelo materialismo”, segundo Misty, é cruamente exposta por André Amaro em Os Gatos Morrem no Asfalto. A peça escrita em 1992 apresenta uma parte da realidade de Misty, uma cantora sem plateia, Bali, uma atriz desempregada, Viloro, um poeta-mendigo(ou seria mendigo-poeta?) que, cansado de mendigar como poeta, passou a poetizar enquanto mendiga, Ventana, também chamado de Ventania, palhaço na vida e nas ruas e Lis, uma bailarina de “bunda grande, quadril largo e peitos inflados”, também sem trabalho. A obra de Amaro desmistifica a ideia do glamour artístico que compõe o inconsciente coletivo da sociedade mostrando o lugar realmente destinado àqueles que se atrevem a padecer da “loucura dos artistas” e insistem em levar sobre si o verdadeiro peso de ser escolhido pelo fazer artístico nem sempre em voga num mundo movido pela indústria cultural.
Número de personagens: 12
Gênero: Drama
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